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14/06/2022

Dalcero comenta aumento da fome no país

Vereador falou ainda da insegurança alimentar

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Durante o grande expediente, o vereador Vitorio Francisco Dalcero (MDB) comentou a pesquisa realizada pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional, realizada entre novembro de 2021 e abril de 2022, com entrevistas em 12,745 domicílios, áreas urbanas e rurais de 577 município dos 26 estados e do Distrito Federal. O emedebista destacou que, conforme a pesquisa, 33,11 mi de pessoas apresentam muita dificuldade em colocar comida na mesa a nível de passar fome e que mais da metade, 58,7%, convive com a insegurança alimentar  em algum grau (leve, moderada ou grave).

O vereador frisou que, mais de uma vez, a pesquisa mediu a segurança e a insegurança alimentar, pela Escala Brasileira de Insegurança Alimentar, que também é usada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “Pude perceber que a escalada da fome no Brasil está expressa em pratos cada vez mais vazios, olhares cada vez mais preocupados, e números que permanecem em rápida ascensão. Nos primeiros meses de 2022, um contingente de 33,1 milhões de pessoas apresentaram muita dificuldade em colocar comida na mesa, a nível de passar fome. O país regrediu para um patamar equivalente ao da década de 1990”, lamentou.

Dalcero afirma que a continuidade do desmonte de políticas públicas, a piora no cenário econômico, o acirramento das desigualdades sociais e o segundo ano da pandemia da Covid-19 tornaram o quadro desta segunda pesquisa ainda mais perverso. “A pandemia surge neste contexto de aumento da pobreza e da miséria, e traz ainda mais desamparo e sofrimento. Porém, os caminhos escolhidos para a política econômica e a gestão da pandemia levaram ao aumento ainda mais escandaloso da desigualdade social e da fome no nosso país, aponta Ana Maria Segall, médica epidemiologista e pesquisadora da Rede Penssan”, descreveu.

O emedebista alegou ainda que a fome tem cor, enquanto a segurança alimentar está presente em 53,2% dos domicílios das pessoas que se declaram branca, nos lares com responsáveis de cor preta ou parda ela cai para 35%. “Em outras palavras, 65% dos lares comandados por pessoas pretas ou pardas convivem com restrição de alimentos em algum dos níveis. A fome nos domicílios em que o responsável está desempregado é de 36,1%, baixa escolaridade (22,3%), trabalha na agricultura familiar (22,4%) ou tem emprego informal (21,1%)”, revelou.

Dalcero observou que, no município, chama a atenção o crescimento de moradores de rua. “Li na imprensa local e também recebi por e-mail, que o Executivo Municipal, a Secretaria de Desenvolvimento Social, o Ministério Público e a Brigada Militar, reuniram-se na semana passada a fim de definir estratégias para atendimento e acolhimento a essas pessoas. Precisamos urgentemente encontrar uma forma e levar dignidade de vida para estes moradores”, disse. 

O vereador finalizou o discurso deixando o questionamento: “Sendo o Brasil um dos maiores produtores de alimentos do mundo, não é uma contradição que tantas famílias passem fome em nosso país?”


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